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Até meados da década de 1980, a maior ilha fluviomarinha do mundo tinha sua economia voltada principalmente para a pecuária. A ilha de Marajó, banhada pelos rios Amazonas e Tocantins e pelo oceano Atlântico, era praticamente ignorada como destino turístico.

A cidade de Soure, a principal desse pedaço de terra, era o local escolhido pelos paraenses que buscavam nas suas praias de rio uma alternativa a outras mais conhecidas na região, como Mosqueiro e Salinas.

Com a abertura de estradas ligando o sul do Pará à capital do Estado, o polo pecuário migrou radicalmente de local, especialmente pela facilidade e pelo barateamento do transporte do gado.

Até então, as fazendas marajoaras eram privilégio dos seus proprietários e convidados, que podiam desfrutar a natureza exuberante e a exótica culinária regional, baseada na carne e nos laticínios bufalinos.

Como alternativa à decadência da atividade pecuária, muitas fazendas se transformaram em pousadas e hotéis, oferecendo aos turistas uma excelente maneira de explorar a ilha. A pioneira na nova atividade foi a Fazenda do Carmo, da família Dias.

A sede foi transformada em hospedaria, assim como o antigo estábulo, transformado em quatro apartamentos com banheiro privativo.

A Fazenda do Carmo, apesar de ter se transformado em pousada, continua funcionando normalmente, dando aos hospedes a oportunidade de viver o dia-a-dia de uma tradicional fazenda marajoara.

Passeios de búfalo, focagem de jacarés, caminhadas na mata –onde o caboclo Claudio ensina as propriedade medicinais das árvores encontradas pelo caminho–, o lago represado do rio Camará, que faz as vezes de piscina, e a comida de excelente qualidade dão o toque de passeio turístico. Mas o principal diferencial é a simpatia do casal proprietário, Cadico e Circe.

Eles recebem os hospedes como amigos e dividem com eles as muitas histórias que têm para contar quando o motor desliga, a luz se apaga e o silêncio anuncia a hora do descanso no hotel com mais cara de fazenda que pode ser encontrado na ilha de Marajó.

50 km2
É a área da ilha de Marajó, a maior ilha fluviomarinha do mundo, banhada pelos rios Amazonas e Tocantins e pelo oceano Atlântico

87 km
É a distância da ilha a Belém; o principal município marajoara é Soure. De fevereiro a maio, dois terços de Marajó ficam alagados

270 mil
Cabeças de búfalo, segundo o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, formam o maior rebanho de búfalos do Brasil, em Marajó

50%
Do gado bufalino brasileiro está no Pará. As raças criadas em Marajó são múrrah, jaffarabadi e mediterrâneo

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