Uma visita à Líbia exige que os turistas gostem de calor: em julho, auge do verão no país norte-africano, a temperatura fica na casa dos 38ºC. A marcação dos termômetros dá alguns indícios do que os visitantes encontrarão por lá. Localizada entre Argélia e Egito, a Líbia tem cerca de 2.000 quilômetros de região litorânea e também abriga uma fatia do deserto do Saara.
Há alguns anos, os turistas encontrariam pouca infra-estrutura na região. Essa situação mudou a partir do final de 2003, quando o ditador Muammar Gaddafi anunciou que o país abandonaria suas armas nucleares.
Com a melhora nas relações entre Líbia e outras nações, o país ganhou seu primeiro hotel cinco estrelas, o Corinthia. Passou também a receber mais estrangeiros, interessados principalmente nas atrações arqueológicas do local –itens produzidos por povos antigos, como os bizantinos e árabes, entram nessa lista.
Capital
Uma das regiões mais visitadas é a de Trípoli (capital), que fica ao noroeste do país. A cidade teve início no primeiro século A.C. e conta com influência de diversos povos, como os italianos, gregos e romanos.
Em Trípoli é possível visitar Medina, uma região que se parece com um labirinto. Os becos são ocupados por vendedores que dividem o cenário com diversas mesquitas –construções bastante comuns na cidade. A história está presente em todos os lugares; seja em monumentos ou em peças de artesanato que têm como referência o estilo de antigas civilizações.
O “Castelo Vermelho”, ou Assai al-Hamra, merece uma visita. O forte fica em uma região alta da cidade e ocupa uma área de 13 mil m2, considerando a construção e jardins. Próximo ao castelo fica o museu Jamahiriya, onde todos os itens expostos foram encontrados no próprio país.
A cidade de Leptis Magna fica a 120 km de Trípoli e também vale por suas construções. O local, ocupado por fenícios há centenas de anos, preserva muitas ruínas –é possível identificar um arco que homenageava um imperador e um teatro ao ar livre, por exemplo.
Depois de conhecer as cidades movimentadas, é provável que os aventureiros queiram conhecer regiões marcadas pelo deserto. Nesses casos, uma boa opção é a cidade de Ghadames, por onde já passaram os competidores do rali Paris-Dacar.
O cenário local é típico do deserto e as construções também formam labirintos, como em Medina. As regiões de deserto são bastante apreciadas pelos visitantes e, por isso, agências de turismo oferecem acampamento em tendas –por poucas noites– em seus pacotes.
O país atualmente governado por Gaddafi era um dos mais pobres da África até 1959, quando a Esso encontrou na região diversos poços de petróleo sob a areia. Uma década depois, Gaddafi, então um jovem idealista com 27 anos, promoveu uma revolução e tomou o poder.
O líder colocou em prática a “Terceira Teoria Universal”, que ele mesmo criou. O regime mistura islamismo e socialismo. Segundo turistas que já visitaram o local, é comum ouvir elogios da população ao líder, cujo regime teria melhorado consideravelmente a vida dos líbios.